sábado, 6 de fevereiro de 2010

Terceira Semana em Kieve

Dezembro de 2010
O tempo passou muito rápido. Ainda não temos internet em casa e nos faltam algumas coisas, mas tudo bem.
Domingo fomos conhecer um bazar. Não é o que você está pensando. Um bazar aqui é uma grande feira, um grande mercado, um camelódromo misturado com lojas e... é uma bagunça organizada. Tem de tudo lá. Roupas, sapatos, material elétrico, comida, móveis, utensílios de cozinha, eletro domésticos, e por aí vai.

Fomos à feira. Comprei um saco de batatas e outro de cenouras. Vi uma maçã da qualidade Djonathan (джонатан) e decidi experimentar pra ver se estava honrando o nome. Tenho que confirmar, o Djonathan (джонатан) é uma delícia.


Mais uma mancada cometida, comprei algumas ameixas secas, na verdade 1 kg. Quando cheguei em casa, eram ameixas defumadas. O cheiro da fumaça não é agradável, mas creio que eles gostam. Estou comendo mesmo assim, custou caro.
Nesta semana vi algo que eu poderia chamar de bizarro. Um vendedor, um camelô, e aqui têm muitos, tomou uma nota de 10 Grivinas e passava por seus produtos, como se estivesse fazendo algum ritual que fizesse aumentar suas vendas. Ele passou a notas pelas maçãs frescas e também pelas secas. Passou pelas folhas de chá que estava vendendo. Nada higiênico. Mas, aqui ainda está um pouco longe da exigência encontradas em São Paulo, e a gente vai se acostumando. As próprias ameixas que comprei estavam em uma caixa de papelão forrada com jornal.
As pessoas guardam de tudo pelo quintal. Parecem que vão precisar de tudo e aí vira um “montão de entulho”. A gente vê tábuas velhas, tijolos, telhas, pedaços de ferro e canos em todo o quintal. No nosso quintal tiramos sacos e mais sacos de entulho e ainda tem coisa pra jogar fora.

Ônibus elétrico em Kiev

Nessa semana decidi achar o lugar que tinha visto homens cortando cabelo e lá fui eu em busca do lugar. Tomei o ônibus elétrico 26 e fiz o mesmo caminho. Ah! O tal “conductor” não apareceu e viajei de graça de novo.
Fui fazendo o caminho de volta, procurando o tal cabeleireiro. O frio estava cortante. Eu me enrolei em meu cachecol, mas o frio passava por dentro dele como se fossem umas agulhinhas perfurando o meu rosto. Devia estar uns 2 graus, mas a sensação térmica era de que a temperatura estava abaixo de zero. Andei, andei e achei apenas um lugar onde se cortava cabelo, mas acho que era de mulher. Parei, olhei. Bonitas mulheres estavam lá dentro. Havia um lugar para se fazer a unha, maquiagem, mas não vi nenhum homem cortando cabelo. Desisti e voltei para casa. Continuava cabeludo.
Na quinta-feira embalei parte do equipamento que irá para a Moldávia para o evangelismo via satélite em Fevereiro. O pastor pretende levá-lo até a fronteira onde irmãos levarão as caixas junto com os seus produtos. Acho que é o jeitinho daqui, vou aprender.
No final da tarde fomos a outro bazar, a meta era comprar um agasalho que agüentasse o frio daqui. Havia tantas opções e olhei um que parecia que o preço me agradava. Na verdade o preço me agradou mais do que o casaco. Eu não queria gastar U$ 100 em um casaco e U$ 50 em um chapéu para o frio. E ainda faltariam as luvas e os sapatos. Seria muito dinheiro para nós, pois até agora não sei qual será o meu salário.
Mas... vi um lugar no mercado que se corta cabelo. E eu tenho a impressão que se corta cabelo de homem. Nesse dia não deu tempo, mas na sexta-feira volto aqui e corto o cabelo.
Na sexta-feira, depois do trabalho, lá estava eu, olhando de novo os casacos, mas não me decidi. Bom, pelo menos cortaria o cabelo. Fui até o, ou a, cabeleireiro (a) e... não havia ninguém. Fui a outro lugar, perto do metrô, onde tinha visto outro salão que poderia ser um lugar que cortaria cabelo para homem. Ninguém lá dentro. Acho que era hora do almoço. Mas já passava das duas da tarde, que almoço comprido.
Mais um sábado cabeludo. “Cadê” (гаде - Gadiê em russo) os barbeiros de Kiev?!!