domingo, 21 de fevereiro de 2010

Conferências em Chisinau, Moldova



Quinta-feira, 18 de fevereiro, saí de casa correndo. Já estava atrasado para ir para o metrô. Iria de trem até Sishinau na Moldávia (Moldova).
Ninguém viria me buscar e eu tinha que sair com minha mala pela neve até ao metrô que está cerca de 800 metros de minha casa.
Decidi pegar o ônibus. O primeiro estava lotado e impossível de entrar. O segundo estava lotado, mas consegui colocar a mala no segundo degrau enquanto eu permaneci no segundo.
Dei o dinheiro para que uma pessoa passasse para a outra até chegar ao cobrador. O troco fez o caminha de volta. Agora eu já sabia como as coisas funcionavam no ônibus. Já podia compreender algumas palavras e até alguns números. O meu russo estava progredindo, mas o meu inglês nunca esteve melhor (rsrs).
Alex estava me esperando na estação do metrô.
Tomamos o metro e fomos até a estação Vokzalna, o nome vem de Vokzal (вокзал)
que significa estação de trem.

Estação de trem em Kiev

Chegamos a estação, estava nevando. Tudo parecia bonito com a neve caindo. Havia muita gente na praça e a estação era linda. Dentro então era um cenário de filme.

Meu trem chegando a estação de trem de Kiev no dia da minha partida.

Fui para o portão número dois e logo o trem chegou. Fazia décadas que eu não tomava um trem, portanto era uma experiência mui boa.
Entrei na minha cabine, cabine 5. Realmente o vagão parecia ter saído de um cenário de filme.

Corredor do vagão em que viajei.

Me acomodei e logo chegou mais um passageiro para aquela cabine: era o Yuri.
Ele é professor de uma uversidade em Kiev e conversamos um pouco em inglês.
Havia me esquecido de como as viagens de trem são demoradas. Seria 14 horas naquele vagão. E eu não havia trazido água ou comida.
Depois de uma 1/2 hora a... "tremoça" (como é que se chama a moça que atende dentro do trem?) nos ofereceu um chá. Eu pedi água, e ela me informou que não tinha. Aceitei o chá.
Tomei o chá, que eu acho que era diurético, pois tive que visitar o banheiro do trem várias vezes depois para por o chá e outros líquidos da Ucrânia para fora do corpo.
O Youri gentilmente quis repartir o seu almoço comigo: pão com salchicha.
Tentei explicar a ele que eu não comia carne. Mas ele insistia que eu tirasse a salchicha e comesse o restante.
O problema é que ele havia colocado o sanduíche no microondas e tudo estava junto.
Ele me ofereceu uma maçã. Comi a maçã.
Mas a sede foi aumentando. Eu com sede e todo aquele gelo lá fora.
Fui procurar o vagão restaurante. Pedi água e o homem me indicou as garrafas de refrigerantes.
Tentei explicar: "Vadá, pajalsta!"
Não adiantava, ele apontava para os refrigerantes. Comprei uma Fanta. Perguntei se podia pagar em Grívina e ele disse que sim. Aproveitei e comprei um pacote de bolacha bem pequeninho.


Foi muito interessante a viagem, pois a última vez que viajei de trem já fazia quase 20 anos.
Cheguei em Sichinau as 11:15 da noite. Confesso que estava com sede e fome. O Pr. Daniel Reband foi me buscar. E eu ainda não tinha saído da cabine e ele já estava lá dentro me ajudando a pegar a bagagem. Ele é realmente formidável.

Estação em que cheguei de trem em Chisinau

Fomos para a casa onde ficaríamos hospedados. Todos já estavam dormindo, pois já era perto da 1/2 noite a hora que chegamos. Ele me indicou uma garrafa de água se eu tivesse sede.
Me ajeitei e fui beber a água, afinal estava com sede.
Olhei para a garrafa na penumbra e pensei: "só falta ser água com gaz."
Porque eu realmente não aprecio água com gaz. Prefiro água natural.
Mas bastou rodar a tampa para perceber... com gaz.
Que fazer? Bebi um copo.

Primeiro final de semana em Sishinau
Na manhã fomos para o desjejum.
Deixe-me contar uma coisa pra vocês. Nesta região não vejo muito tomate e pepino, mas... em compensação temos repolho, cenoura, batata, sopa, pão e chá, em praticamente todas as refeições.
E o café da manhã tinha umas coisinhas de repolho e de cenoura com repolho. Realmente a aparência não me agradou. Mas depois de não ter comido praticamente nada no quinta, tinha que começar a sexta com comida.
Tentei a folha de alguma coisa que cobria a cenoura picadinha com algum repolho. Era... doce. Que coisa... diferente. Doce de repolho. Não gostei, mas tive que comer pelos menos o que eu pus no prato.
Ainda bem que tinha chá e pão com manteiga. Comi bastante.
A sexta-feira foi o dia de ajustes finais para a primeira gravação e transmissão via internet. Todos estavam ansiosos.
No almoço, para variar, sopa de repolho com cenoura, pão e chá.
A tarde chegou e iniciamos a nossa primeira transmissão, tudo correu bem. E na segunda sessão eu fiquei na operação do CCU (aparelho que equaliza as cores e abertura das câmeras).
Logo após o jantar. Já adivinho? Sim a mesma coisa do almoço com pequenas variações.

Igreja no Sábado de manhã

Sábado de manhã acordamos cedo e fui para o desjejum. A coisa doce de repolho ainda estava lá. Não tive coragem de comer, mas o chá com pão e manteiga estavam bom.
O Sábado foi abençoado com louvores, cultos, dos quais eu não entendo nada. Mas posso sentir a alegria e a reverência dos irmãos. Os cultos são feitos em russo com tradução para o romeno.

Igreja onde as conferências estão ocorrendo



À tarde, a igreja esteve cheia e o Pr. Peter Kulakov pregou sobre as profecias de Daniel. Não pensem que eu entendi muita coisa não. É que o nome Daniel é bem parecido e algumas palavras fazem com que a gente perceba sobre o que ele está falando.

A equipe tem trabalhado com muito afinco e amor. Certamente Deus recompensará o trabalho deles.

Enquanto estou escrevendo essas linhas acabei de almoçar, e eu estou me perguntando: "Como podem gostar tanto de cenoura e repolho." O almoço foi sopa de... sim... repolho, cenoura e batata. Havia salada de repolho com cenoura e purê de batatas. Que tal?
Vai gostar de repolho, cenoura e batata, lá na Moldávia e na Ucrânia.

Logo em primeiro plano temos as estrelas principais das refeições: repolho e cenoura. Em segundo plano, mas sempre presente está a fantástica batata. E alguém achou que eu estivesse brincando.

Mas acho que vou sobreviver, pois vejo as pessoas e elas estão coradinhas. Acho que esse menu não tem maiores contra-indicações (com excessão da emissão de gazes).
Claro que eu espero que nenhum Ucraniano, Moldovano (acho que assim que se diz) ou pessoa que vive nessa região se sinta ofendido com a minha brincadeira quanto à comida. Afinal de contas em nenhum momento passei fome. Muito pelo contrário, sempre tivemos em quantidade considerável. E afinal de contas, não é o brasileiro que passa a vida toda comento arroz e feijão todos os dias?