quinta-feira, 29 de julho de 2010

VISITANDO A RÚSSIA

Praça na cidade de Tula

Visitando a Rússia pela primeira vez

No início do mês de junho de 2010 a Rússia abriu suas fronteiras para os brasileiros. Desde o dia 4 de junho, os brasileiros não precisam mais de visto para ir para a Rússia.
Isto estimulou o Pr. Daniel a me convidar para visitar o nosso centro de mídia da Divisão Euro-asiática.
No dia 13 de junho de 2010 saímos em direção à Rússia. Nossos destinos seriam nossa instituição chamada de “Luz de Esperança”, que é uma espécie de Voz da Profecia para a nossa divisão.
Cheguei na fronteira um pouco apreensivo, afinal eu não tinha visto de entrada e só havia ouvido falar de que a partir do dia 4 de junho os brasileiros não precisariam mais de visto para a Rússia.
Toda fronteira de pais me deixa facinado. Parece estar entrando em um outro terreno, um outro mundo, um território proibido. E de certa forma, nós que não conhecemos a Rússia, pensamos na Rússia como um pais proibido, ou pelo menos misterioso. Isso por causa dos longos anos de dominação soviética. E de certa maneira ainda permanece misterioso. Eu estou nesta região há algum tempo e tenho tentado ler o máximo de livros que conta um pouco da história dessa parte do mundo e sua conexão com a igreja, mas descubro que há muito a aprender ainda.
Fronteira Rússia-Ucrânia. Passaportes e papeis preenchidos prontos para serem entregues.

Na fronteira, o soldado olhou meu passaporte com curiosidade. Afinal, não são muitos brasileiros que passam pela fronteira de carro, como eu estava passando.
Ele procurou o visto e claro que não achou. Dissemos a ele que os brasileiros não precisavam mais de visto. Ele foi checar.
Voltou alguns momentos depois e carimbou o meu passaporte e o devolveu.
Pronto. Já estava em território russo. Naquela fronteira eu fui o primeiro brasileiro a entrar sem visto. Foi o que o policial me disse.
Depois de alguns quilômetros, o Pr. Daniel me passou o volante e depois de mais de seis meses sem dirigir, voltei a dirigir um carro. E em terras russas.

O dia estava lindo. Muito sol e a primavera em todo o seu explendor fazia com que os campos verdes ficassem mais bonitos ainda. A idéia de um pais branco pela neve, saiu da minha mente. A Rússia era tão verde quanto o Brasil. Pelo menos nessa época do ano.
Chegamos em Tula a noite já estava chegando. Fomos direto para a sede da “Luz de Esperança”. Ali o diretor Pr. Serguei já nos esperava.
Esse prédio foi construído há quase 20 anos e desde então a Voz da Profecia em russo tem sido pregada pro todo o país.
Sede da Voz da Profecia em Tula, na Rússia.

Na época da União Soviética, os russos tinham rádio a cabo. Estamos acostumados no ocidente a ouvir TV a cabo, mas rádio a cabo? O que é isso? 
Para evitar que os russos ouvissem as rádios ocidentais, cada apartamento tinha um rádio que era conectado via cabo. Tinha três botões e cada botão era de uma estação diferente. 
Claro que esse rádio de apenas três estações era usado para difundir a mensagem soviética. E uma dessas mensagens era a de que Deus não existe e que a religião é o cancer que pode destruir a nossa sociedade e deve ser extirpada do corpo soviético.
Atualmente, ainda muitas casas ainda tem esse rádio a cabo funcionando em seus lares e acreditem... hoje temos a nossa mensagem sendo transmitida através desse sistema que antes dizia que Deus não existia. Hoje a Luz de Esperança "ГОЛОСА НАДЕЖДЫ"  (http://golosnadezhdi.ru/) mostra ao mundo que existe esperança e a esperança é esse nosso Deus.
Sede da Voz da Profecia em Tula, na Rússia.

Demos uma olhada nas dependências e deixamos a nossa bagagem lá. Ali havia dois quartos que tinham sido preparados para passarmos a noite.

Fomos até a casa do filho do Pr. Daniel, onde jantamos. Pude ver como os apartamentos da época soviética são pequenos. Mas muitas pessoas vivem neles. Na verdade são apenas dois cômodos interligados: sala (quarto) e cozinha.

Rodovia que leva até Moscou. Aqui estamos próximos à Universidade Adventista na Rússia.

No outro dia logo pela manhã saímos em direção a Zaosky. Nesta cidade fica a Universidade Adventista. A estrada em muitos pontos parece com a rodovia dos Bandeirantes no estado de São Paulo, pelo menos nessa época do ano em que tudo está verdinho. Nessa época do ano temos agradáveis 25 a 30 graus positivos, mas no inverno a coisa fica "russa" e temos menos de 25 graus negativos. Na verdade as temperaturas podem chegar a cerca de -40 graus nessa parte do país. Acho que vou continuar visitando a Rússia na primavera ou noverão. 
Prédio central da Universidade onde funciona a faculdade de Teologia.

Nossa Universidade é um lindo colégio interno com boas dependências. Nesse colégio são formados os nossos pastores. Durante muitos anos os nossos pastores não tinham onde estudar, mas agora têm esse lindo colégio interno onde entre os cursos está o principal: Teologia. 
Outra vista do colégio

Vista interna da igreja da Universidade.

Uma das coisas que me chamou a atenção são alguns alojamentos que foram colocados ali na época em que o colégio foi construído. Toda mão de obra na construção era voluntária. Pessoas vinham de todas as partes e doavam 15, 30 dias ou mais de trabalho. E para aloja-los foi providenciado uma casa em forma de tubo.
Atualmente alunos casados moram nesses tubos. Não creio que seja muito confortável, mas é o que eles têm no momento.
Eu creio que poderia chamar de "Tubocasas" esses alojamentos.


Entrada do alojamento.


Lago e ponte no terreno da Universidade.

Casas próximas ao colégio.

O colégio está localizado em um lugar muito agradável com lago e parques.
Casa Publicadora Russa próximo ao colégio.

Bem próximo, cerca de apenas uns 700 metros está nossa editora que publica os livros adventistas em língua russa. Fico imaginando o que pensam as pessoas que durantes anos trabalharam como editoras de uma pessoa só datilografando folhas de literatura com papel carbono e agora vêem milhares de páginas saindo por dia e sendo espalhadas de forma livre pela Rússia. Deus tem dado um tempo de liberdade a esse povo. Oremos por eles.
Olhamos alguns possíveis lugares para um estúdio de TV, pois a universidade tem interesse em ter o curso de Comunicação aqui e depois fomos embora. 

Na volta fizemos um rápido tour em Tula onde conheci a estátua do melhor ferreiro da cidade.
Estátua do melhor ferreiro da cidade com sua pulga na mão.

Dizem que ele fazia tão boas ferraduras que podia ferrar uma pulga. Na estátua ele aparece segurando uma pulga. Confesso que  não vi nem a pulga e nem a pequenina ferradura para a suposta pulga. Mas tirei uma foto no local.
Não vi a pulga, mas imitei o ferreiro. Aliás tem aquele ditado que diz: "Em casa de ferreiro, a pulga..." hummm! Deixa prá lá.

Também visitamos as lojas com os sovenirs da cidade: uma espécie de chaleira e as conhecidas bonequinhas russas.
Muitas bonequinhas russas, as Matrioskas.


Nosso almoço foi na casa do Pr. Serguei e logo depois voltamos para a estrada. Quase 800 kilômetros nos separavam de casa. Chegamos em casa tarde da noite, mas fiquei com uma boa impressão da Rússia nessa primeira viagem. Lindas paisagens com muito verde. Espero voltar no segundo semestre.