sábado, 6 de fevereiro de 2010

Segunda Semana em Kiev

Novembro de 2009
Na segunda semana tenho trabalhado junto com o Pr. Daniel para decidirmos que equipamento levaremos para o Evangelismo Via Satélite que será na Moldavia, um país vizinho ao sul da Ucrânia.
Temos aprendido a viver aqui em Kiev. Andar de metrô, fazer compras sozinhos...

Metrô em Kiev

O metrô daqui é outra coisa interessante. Debaixo da terra se encontra de tudo pelo labirinto de corredores que é uma estação de metrô. Ali você pode comprar, roupas, comida, frutas, refrigerantes, remédios, castanhas, jornal, vasos, flores e toda sorte de coisas que você pode imaginar. Outro dia compramos feijão ali.

Um festival de lojinhas em todas estações do metrô

O metrô está sempre cheio e especialmente as mulheres, se vestem muito bem. Usam salto alto e belos casacos com golas de pele. E nós vamos no mais confortável mesmo, jeans e tênis, pelo menos por enquanto.
Ainda continuo procurando o salão para cortar o cabelo, mas onde será que ficam os salões masculinos? Com tanto homem na rua e com os cabelos cortados, deveriam existir centenas de salões masculinos, mas onde estão? Certamente muito bem escondidos, pois não achei nenhum ainda.

Segundo Sábado em Kiev

Estava muito frio e teríamos que andar muito até o metrô (cerca de 800 metros) e depois da estação até a igreja (mais 800 metros) e andar de tênis é fácil, mas para a Priscila andar de salto alto seria bastante difícil. Ainda não sabemos nos comunicar o suficiente para tomarmos um taxi. Decidimos permanecer em casa. Mesmo porque o culto seria apenas para o convívio com os irmãos e uma adoração particular nossa, pois ainda não falamos ou entendemos a língua ucraniana.
À noite nos convidaram para ir até um "JA" (reunião de jovens Adventistas). Decidimos aceitar, apesar do frio. Helena, nossa vizinha, nos levaria até o teatro onde ocorreria o "JA". Ela fala um pouquinho de inglês e com isso poderíamos nos comunicar um pouco.
Tomamos o Trólebus 26 (ônibus elétrico) pela primeira vez. Perguntei a ela onde se pagava, e ela perguntou: “Vocês não têm passe?”
Não tínhamos.
Ela disse, “o conductor é quem cobra.” Entendi que era o motorista e perguntei se tinha que ir até lá na frente para pagar, mas ela não entendeu a minha pergunta.
Enquanto isso o ônibus ia se movimentando e chegou o nosso ponto. Passamos. Ela disse: “Aquela era a nossa estação.” Descemos no próximo ponto sem pagar mesmo, afinal não sabia quem estava cobrando.
Voltamos todo o trecho para pegarmos outro ônibus. Dessa vez achei o tal “conductor”, que na verdade era uma espécie de cobrador. Mas quase todos recebem passes no trabalho ou tem uma carteira que dá direito a usar o transporte. Comprei os três bilhetes e ela pediu-me que os furasse em um aparelho perto da porta feito especialmente para isso, para mostrar que o bilhete já tinha sido usado. Ela me explicou que se eu não fizesse isso as pessoas pensariam que eu estava mal intencionado. Como não havia data no bilhete, se eu picasse hoje, agora, depois, no mês que vem, eu poderia dizer que tinha comprado e picado naquele momento, mas... cada país tem os seus costumes. Descobrí alguns meses depois que de vez em quando um fiscal pede os bilhetes e confere a numeração para ver se é da data corrente.
Ainda havia mais um transporte, o metrô. Comprei as fichas para a ida e para a volta. O bilhete do metrô daqui é uma ficha de plástico na cor azul claro. Coloca-se em uma abertura e a luz verde se acende liberando você para passar.
Chegamos ao teatro onde seria o JA (Culto Jovem). Helena me explicou que cada sábado o JA é em um lugar diferente e promovido por uma igreja diferente. O teatro estava cheio. Não havia mais lugar para sentarmos, mas novamente a bondade para com os estrangeiros apareceu e nos deram três lugares. Sentaram-se a Helena, Priscila e o Samuel. Eu fiquei de pé, resistindo bravamente.



Encenação com mímicas no JA

O programa foi animado e consistiu de um momento de louvor e oração, músicas especiais e encenações de peças através de mímica. A platéia muito disciplinada assistia tudo. O ponto alto foi o sermão, que não entendi praticamente nada, mas parece que os jovens gostaram. O pastor era um jovem de uns 30 anos e falou de forma entusiasmada.

Voltando de Metrô

Na ida eu vi um lugar onde estavam cortando cabelos de homens. Uau! Achei!
Perguntei para a Helena: “Aqui se corta cabelo de homem?” Ela disse: “да.” (sim) Agora que já sabia onde era (pelo menos pensei que sabia) voltaria outro dia para cortar o cabelo.
O retorno nem me preocupei com o tal “conductor”. Se ele quisesse o meu dinheiro que viesse cobrar. Não veio e eu não o vi. Então, viajamos mais uma vez de graça.
A mancada da semana foi comprar água mineral com gás, quando eu queria sem gás. Tomamos água gasosa mesmo, afinal não podia desperdiçar nenhum centavo. Estamos aprendendo.
Agora já sei, água sem gás é a негазоваиа вода. Viu como é fácil? Como é que eu fui me enganar?