terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Década de 60 – Lembranças de Populina

Não demorou muito e meu pai foi chamado para ser o obreiro responsável pela escola e pela igreja de Ponta Porã no Mato Grosso (hoje MS). Ficamos muito pouco tempo lá. Não me lembro de praticamente nada desse tempo.
Mas neste lugar, minha mãe ficou muito doente. De fato, meu pai pensou que perderia sua esposa. Ela teve que vir para São Paulo para um tratamento doloroso e difícil. Naquele momento meu pai pensou que talvez não tivesse mais oportunidade de continuar trabalhando na obra Adventista, afinal ele tinha que deixar o trabalho inacabado no Mato Grosso para dedicar-se ao tratamento de minha mãe em São Paulo. Mas Deus tinha outros planos. E meu pai foi transferido para o interior de São Paulo.
A cidade era “fim de linha”. Na verdade, acho que era depois do fim da linha, pois você vinha de trem de São Paulo até Fernandópolis (quase no fim do estado de São Paulo) e tomava uma Jardineira (o ônibus de então) com destino a Populina. Se estivesse chuvoso era uma aventura inesquecível. Muitas vezes tinham que colocar correntes nos pneus da Jardineira para rodar por aqueles atoleiros.

Estas eram as antigas jardineiras
 (para os que não viveram nessa época em que os 
ônibus tinham essa forma, meio caminhão e meio ônibus)

Nesta pequena cidade, eu tenho minhas primeiras lembranças. Na igreja, na escola, saindo com o meu pai para dar estudos bíblicos... Ali também nasceram minha irmã e meus dois irmãos: Ester, David e Silas.
Alguns amigos daquela época ainda são amigos até o dia de hoje: Emerli Marinelli (hoje esposa do Pr. Cláudio Vilela) e o Mário Martinelli (hoje Pr. Mário Martinelli).
Outro, o Natanael Targas se tornou o meu concunhado muitos anos depois. Estudamos com o meu pai, Pr. Lázaro, que era o nosso professor naquela escolinha no fundo da igreja de Populina.
Trabalhei, quando adulto, dez anos como professor, e até hoje tento entender como o meu pai conseguia ensinar em uma classe que havia alunos de séries diferentes. Mas eu aprendi a ler e a escrever e isso mostra que dava certo.

Colocando a Voz da Profecia na cidade

Meu pai aprendeu a amar a Voz da Profecia antes de ser Adventista. Ainda solteiro, e trabalhando em um bar no centro de São Paulo, ele se lembra que saía correndo para tomar a condução que o levaria ao Ipiranga, onde morava. Ia depressa, porque não podia se atrasar, pois queria assistir ao programa que mais apreciava no rádio, A Voz da Profecia. Na verdade, o Pr. Roberto Rabelo teve participação importante em sua decisão para o batismo. E agora, anos mais tarde, na pequena Populina, ele decidiu colocar o programa no serviço de alto-falantes da cidade.
Na cidade não tinha uma emissora de rádio, mas tinha uma série de alto-falantes espalhados pela praça e também pelas ruas que funcionavam como uma espécie de rádio.
Ele pediu os discos e finalmente chegaram. No dia marcado fomos para a praça para ver a reação das pessoas que ouviriam o programa.
Quando o programa iniciou, algumas pessoas se irritaram com aquele programa de "crente" nos alto-falantes da cidade.
"Tira essa coisa daí!" Eles reclamaram com o dono e operador do serviço de alto-falantes.
"Eu prometi que ia tocar e vou tocar." Respondeu aquele senhor.
E foi assim que Populina, já naquela época fez parte das cidades por onde A Voz da Profecia foi irradiada.
Nunca imaginaria que anos depois eu produziria os programas A Voz da Profecia para a TV e minha esposa seria a secretária responsável pelos envios dos CDs e controles das emissoras de rádio que transmitiam o programa.