Grupo de pastores da Ucrânia
No início de setembro de 2010, aconteceu uma série de reuniões para escolher a nova administração da União Ucraniana. Foram convidados todos os pastores da Ucrânia, vários departamentais da Divisão Euro Asiática e alguns pastores da Associação Geral para estarem nessa série de reuniões.
Entrada do Colégio
Elas aconteceram em nosso colégio interno em Butcha, pequena cidade próxima a Kieve. Neste colégio são formados os pastores que servem na União Ucraniana e região. É na União Ucraniana que existem mais adventistas em toda Divisão Euro Asiática. Provavelmente por existir mais liberdade religiosa na Ucrânia que em outros países do antigo bloco dos países soviéticos.
Na União Ucraniana temos cerca de 61.000 adventistas que se reúnem em mais de 900 igrejas. No país o evangelho é pregado em duas línguas o Ucraniano e o Russo.
Pr. Derek Moris pregando
Para inspirar o grupo de pastores que ali se reuniu, foi convidado para fazer uma série de palestras sobre a oração e o seu papel na vida espiritual do ser humano, o Pr. Derek Moris, autor do livro “The Radical Prayer” (A Oração Radical).
Suas palestras se basearam no livro e foram muito inspiradoras. Ele dizia: “Deus quer que você e eu vejamos o mundo de uma nova perspectiva. Não apenas com uma atitude diferente. Ele quer que vejamos o mundo como Ele vê o mundo. De sua divina perspectiva. Uma perspectiva radical.”
Ele convidou aos pastores que quisessem levantar um pouco mais cedo e vir orar com ele, ele os estaria esperando no outro dia pela manhã. O culto começaria às 6 da manhã.
Eu moro há uns 40 minutos de carro do colégio, portanto tive que levantar um pouco mais cedo para estar lá no horário. Como não tenho carro fui de carona com dois pastores que são vizinhos. Chegamos pouco antes das 6:00 e já havia algumas pessoas presentes. Foi um culto curto em seu sermão, pois o restante do tempo foi gasto em oração. Foram cerca de 40 minutos de oração.
Às 7:00 da manhã as pessoas foram rapidamente para o desjejum porque o culto recomeçaria às 8:00. Houve sermões e orações durante todo o dia, até 21:00. E isso ocorreu durante toda aquela semana.
Pastores cantam em uma das reuniões.
Entre as muitas mensagens que ele pregou, ele falou sobre a unção.
Ele leu para nós o texto bíblico que fala sobre a unção:
Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.
Ele falou então da doença espiritual e o perdão pelos pecados. Falou também que no passado quando Deus tinha uma missão especial para alguma pessoa, em muitas ocasiões essa pessoa era ungida. Começou a contar sobre algumas pessoas que foram curadas pela unção. Algumas na hora e outras pouco a pouco.
Então ele falou sobre a unção com propósitos espirituais. Uma unção em que se pedia a cura espiritual e orava uma oração radical onde a pessoa dizia: “Senhor, eu sou uma pequena semente, me jogue no meio da terra boa e faça com que eu dê muito fruto. Eu estou me colocando à disposição, Senhor. Me lance no meio da terra boa e que o Espírito Santo me use.”
Ele então ofereceu para que se alguém quisesse ser ungido, com esse propósito, viesse preparado para ser ungido no outro dia às 6:00 da manhã.
Confesso que quando ele falou isso eu tomei a decisão de ser ungido no outro dia. Não sabia o que aconteceria, mas queria experimentar e estava disposto a orar a oração radical.
Quando saímos já era perto de 22:00, portanto chegamos em casa quase 23:00. No caminho meus amigos pastores me perguntaram se eu já tinha ouvido falar em ministrar a unção para uma pessoa que não está doente. Eu confesso que não me lembrava. Claro, com exceção dos exemplos bíblicos.
No outro dia, 5:45, lá estava eu. Sentei-me na 3ª fila e estava aguardando. Logo a igreja que tem capacidade para umas 600 pessoas lotou. Os responsáveis colocaram 5 cadeiras no palco com uma certa distância uma das outras. A pessoa que seria ungida deveria sentar-se nas cadeiras. Dois pastores estariam com ela durante a unção e a ungiriam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo para o perdão dos pecados e para ser um instrumento nas mãos de Deus para o avanço da obra aqui na Ucrânia.
Pastores sendo ungidos
O Pr. Derek pediu a ajuda de mais 9 pastores para realizar a unção. Havia um silêncio na congregação e parece que todos estavam expectantes para ver o que ocorreria.
Finalmente ele disse:
“Pastores e irmãos, aqueles que se propuseram a serem ungidos aqui hoje, por favor, venham até a frente, e se houver mais de cinco pessoas, que ser formem duas filas. Uma de cada lado da igreja.”
Na hora eu não vi quantos se levantaram, pois eu queria ser o primeiro. E fui à frente. Sentei-me na cadeira e o pastor que faria a unção falou em russo comigo. Eu respondi, com o pouco russo que sei, que eu não falava russo, mas queria ser ungido.
Ele disse sim com a cabeça. Ele e o outro pastor se ajoelharam ao meu lado e ele colocou a sua mão no meu ombro. Ele então disse para que eu orasse.
Achei que deveria orar em inglês para que os pastores pudessem entender um pouco do que eu estava falando.
Orei, pedindo perdão pelos pecados e pela misericórdia divina. Também reafirmei que queria continuar ao lado de Jesus na luta contra o inimigo. E pedi que ele me usasse como quisesse em seu trabalho.
O pastor começou a oração, em russo, mas certamente me dedicando para o trabalho, e em dado momento ele tomou o azeite colocou em minha testa. Continuou, então, a oração com a mão sobre a minha cabeça até dizer... “em nome de Jesus, amém.”
Voltei para o meu lugar, era cerca de 6:15 da manhã, e continuei em oração. No piano, alguém tocava um hino e todos meditavam. A fila para ser ungido começou a ficar longa. O tempo foi passando e um bom grupo permanecia ali em oração.
Nem todos ficaram o tempo todo, mas eu decidi não sair. Queria ficar até o final. Já havia passado das 8 da horas quando a última pessoa que desejou ser ungida recebeu a unção.
Durante aquele dia tivemos vários sermões. Mas, no final do dia, o Pr. Derek falou:
“Alguém me disse que durante a unção ou mesmo depois dela, não sentiu nada. Não aconteceu nada. E agora? Tenho que ser ungido de novo?”
Ele continuou: “Irmãos, nunca não acontece nada. Algo sempre acontece, ainda que não possamos sentir na hora.”
Confesso que não sei o que vai acontecer, mas continuo aqui, firme no propósito de dizer a cada dia ao Senhor que quero ficar ao lado dele. Que em sua misericórdia e sua graça Ele não me deixe aqui, mas me leve com Ele para os céus.
No outro dia contei a minha esposa o que havia ocorrido. Ele achou muito interessante e quis contar ao meu filho que está no Brasil.
Ela foi para o computador, mas ele não estava on line no MSN ou Skype. Então, ela deixou uma mensagem: “Seu pai foi ungido.”
Quando eu vi aquela mensagem que ela mandou, fiquei imaginando o meu filho recebendo aquela mensagem. Já que no Brasil uma pessoa é ungida quando está doente e a coisa é muito grave. E alguns parecem que ungem para a morte mesmo. Fiquei pensando no que meu filho pensaria ao ler: “Seu pai foi ungido.” Talvez poderia soar para ele: “Seu pai está morrendo.” (rsrs)
Disse a minha esposa para mandar outra mensagem para que ele não ficasse preocupado. Ela mandou:
“Mas não vá ficar preocupado. Está tudo bem. Depois te explico.”
Ainda achei que ele ficaria preocupado, porque se fosse comigo eu ficaria. Por isso decidi telefonar para ele e explicar o que havia ocorrido.
Orem pela missão de levar o evangelho a essa parte do mundo. A Ucrânia é um país com um bom número de Adventistas, mas se olharmos para o Turcomenistão, o país de nossa divisão que tem apenas uma igreja e apenas 89 membros no país inteiro, vemos como a seara é grande.
Pastores orando enquanto outros são ungidos.