sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O dia em que fui ungido na Ucrânia

Grupo de pastores da Ucrânia

No início de setembro de 2010, aconteceu uma série de reuniões para escolher a nova administração da União Ucraniana. Foram convidados todos os pastores da Ucrânia, vários departamentais da Divisão Euro Asiática e alguns pastores da Associação Geral para estarem nessa série de reuniões.
Entrada do Colégio

Elas aconteceram em nosso colégio interno em Butcha, pequena cidade próxima a Kieve. Neste colégio são formados os pastores que servem na União Ucraniana e região. É na União Ucraniana que existem mais adventistas em toda Divisão Euro Asiática. Provavelmente por existir mais liberdade religiosa na Ucrânia que em outros países do antigo bloco dos países soviéticos.
Na União Ucraniana temos cerca de 61.000 adventistas que se reúnem em mais de 900 igrejas. No país o evangelho é pregado em duas línguas o Ucraniano e o Russo.
Pr. Derek Moris pregando

Para inspirar o grupo de pastores que ali se reuniu, foi convidado para fazer uma série de palestras sobre a oração e o seu papel na vida espiritual do ser humano,  o Pr. Derek Moris, autor do livro “The Radical Prayer” (A Oração Radical).
Suas palestras se basearam no livro e foram muito inspiradoras. Ele dizia: “Deus quer que você e eu vejamos o mundo de uma nova perspectiva. Não apenas com uma atitude diferente. Ele quer que vejamos o mundo como Ele vê o mundo. De sua divina perspectiva. Uma perspectiva radical.”
Ele convidou aos pastores que quisessem levantar um pouco mais cedo e vir orar com ele, ele os estaria esperando no outro dia pela manhã. O culto começaria às 6 da manhã.
Eu moro há uns 40 minutos de carro do colégio, portanto tive que levantar um pouco mais cedo para estar lá no horário. Como não tenho carro fui de carona com dois pastores que são vizinhos. Chegamos pouco antes das 6:00 e já havia algumas pessoas presentes. Foi um culto curto em seu sermão, pois o restante do tempo foi gasto em oração. Foram cerca de 40 minutos de oração.
Às 7:00 da manhã as pessoas foram rapidamente para o desjejum porque o culto recomeçaria às 8:00. Houve sermões e orações durante todo o dia, até 21:00. E isso ocorreu durante toda aquela semana.
Pastores cantam em uma das reuniões.

Entre as muitas mensagens que ele pregou, ele falou sobre a unção.
Ele leu para nós o texto bíblico que fala sobre a unção:
Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.
Ele falou então da doença espiritual e o perdão pelos pecados. Falou também que no passado quando Deus tinha uma missão especial para alguma pessoa, em muitas ocasiões essa pessoa era ungida. Começou a contar sobre algumas pessoas que foram curadas pela unção. Algumas na hora e outras pouco a pouco.
Então ele falou sobre a unção com propósitos espirituais. Uma unção em que se pedia a cura espiritual e orava uma oração radical onde a pessoa dizia: “Senhor, eu sou uma pequena semente, me jogue no meio da terra boa e faça com que eu dê muito fruto. Eu estou me colocando à disposição, Senhor. Me lance no meio da terra boa e que o Espírito Santo me use.”
Ele então ofereceu para que se alguém quisesse ser ungido, com esse propósito, viesse preparado para ser ungido no outro dia às 6:00 da manhã.
Confesso que quando ele falou isso eu tomei a decisão de ser ungido no outro dia. Não sabia o que aconteceria, mas queria experimentar e estava disposto a orar a oração radical.
Quando saímos já era perto de 22:00, portanto chegamos em casa quase 23:00. No caminho meus amigos pastores me perguntaram se eu já tinha ouvido falar em ministrar a unção para uma pessoa que não está doente. Eu confesso que não me lembrava. Claro, com exceção dos exemplos bíblicos.
No outro dia, 5:45, lá estava eu. Sentei-me na 3ª fila e estava aguardando. Logo a igreja que tem capacidade para umas 600 pessoas lotou. Os responsáveis colocaram 5 cadeiras no palco com uma certa distância uma das outras. A pessoa que seria ungida deveria sentar-se nas cadeiras. Dois pastores estariam com ela durante a unção e a ungiriam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo para o perdão dos pecados e para ser um instrumento nas mãos de Deus para o avanço da obra aqui na Ucrânia.
Pastores sendo ungidos

O Pr. Derek pediu a ajuda de mais 9 pastores para realizar a unção. Havia um silêncio na congregação e parece que todos estavam expectantes para ver o que ocorreria.
Finalmente ele disse:
“Pastores e irmãos, aqueles que se propuseram a serem ungidos aqui hoje, por favor, venham até a frente, e se houver mais de cinco pessoas, que ser formem duas filas. Uma de cada lado da igreja.”
Na hora eu não vi quantos se levantaram, pois eu queria ser o primeiro. E fui à frente. Sentei-me na cadeira e o pastor que faria a unção falou em russo comigo. Eu respondi, com o pouco russo que sei, que eu não falava russo, mas queria ser ungido.
Ele disse sim com a cabeça. Ele e o outro pastor se ajoelharam ao meu lado e ele colocou a sua mão no meu ombro. Ele então disse para que eu orasse.
Achei que deveria orar em inglês para que os pastores pudessem entender um pouco do que eu estava falando.
Orei, pedindo perdão pelos pecados e pela misericórdia divina. Também reafirmei que queria continuar ao lado de Jesus na luta contra o inimigo. E pedi que ele me usasse como quisesse em seu trabalho.
O pastor começou a oração, em russo, mas certamente me dedicando para o trabalho, e em dado momento ele tomou o azeite colocou em minha testa. Continuou, então, a oração com a mão sobre a minha cabeça até dizer... “em nome de Jesus, amém.”
Voltei para o meu lugar, era cerca de 6:15 da manhã, e continuei em oração. No piano, alguém tocava um hino e todos meditavam. A fila para ser ungido começou a ficar longa. O tempo foi passando e um bom grupo permanecia ali em oração.
Nem todos ficaram o tempo todo, mas eu decidi não sair. Queria ficar até o final. Já havia passado das 8 da horas quando a última pessoa que desejou ser ungida recebeu a unção.
Durante aquele dia tivemos vários sermões. Mas, no final do dia, o Pr. Derek falou:
“Alguém me disse que durante a unção ou mesmo depois dela, não sentiu nada. Não aconteceu nada. E agora? Tenho que ser ungido de novo?”
Ele continuou: “Irmãos, nunca não acontece nada. Algo sempre acontece, ainda que não possamos sentir na hora.”
Confesso que não sei o que vai acontecer, mas continuo aqui, firme no propósito de dizer a cada dia ao Senhor que quero ficar ao lado dele. Que em sua misericórdia e sua graça Ele não me deixe aqui, mas me leve com Ele para os céus.
No outro dia contei a minha esposa o que havia ocorrido. Ele achou muito interessante e quis contar ao meu filho que está no Brasil.
Ela foi para o computador, mas ele não estava on line no MSN ou Skype. Então, ela deixou uma mensagem: “Seu pai foi ungido.”
Quando eu vi aquela mensagem que ela mandou, fiquei imaginando o meu filho recebendo aquela mensagem. Já que no Brasil uma pessoa é ungida quando está doente e a coisa é muito grave. E alguns parecem que ungem para a morte mesmo. Fiquei pensando no que meu filho pensaria ao ler: “Seu pai foi ungido.” Talvez poderia soar para ele: “Seu pai está morrendo.” (rsrs)
Disse a minha esposa para mandar outra mensagem para que ele não ficasse preocupado. Ela mandou:
“Mas não vá ficar preocupado. Está tudo bem. Depois te explico.”
Ainda achei que ele ficaria preocupado, porque se fosse comigo eu ficaria. Por isso decidi telefonar para ele e explicar o que havia ocorrido.
Orem pela missão de levar o evangelho a essa parte do mundo. A Ucrânia é um país com um bom número de Adventistas, mas se olharmos para o Turcomenistão, o país de nossa divisão que tem apenas uma igreja e apenas 89 membros no país inteiro, vemos como a seara é grande.
Pastores orando enquanto outros são ungidos.

sábado, 23 de outubro de 2010

Conhecendo Berlim

Priscila, Jonatan e Samuel em Berlim

Estava chegando o fim do mês de Julho de 2010 e também estava chegando ao fim a validade de nosso visto para permanecer na Ucrânia. Teríamos que deixar o país para renovar o visto.
Pouco antes de sair do Brasil, ainda em 2009, uma brasileira que morava em Berlim, Margarete Marquart, me enviou um e-mail. Ela assistia o programa Lições da Bíblia pela internet e ficou sabendo que eu estaria indo para a Ucrânia. Nesse e-mail ela me disse: “Ah, que bom que o senhor vem para a Ucrânia, pois agora, morando perto, poderá vir aqui pregar em um final de semana aqui, pra gente.”
Perto, é uma forma de dizer, “mais perto”. Porque de qualquer forma fica há mais de 1000 quilômetros de distância.
Mas, tendo que renovar o visto, pensei que talvez poderíamos conversar com ela e ir para Berlim. Foi o que aconteceu. Passamos 15 dias em Berlim. Foram dias maravilhosos. Eu pude estar entre os irmãos brasileiros em Berlim durante esses 15 dias, e claro, passear um pouco.

Conhecendo a cidade de Berlim
Passeando de Barco em Berlim

Berlin é uma cidade com mais de três milhões de habitantes, o que faz dela a maior cidade da Alemanha. Berlim foi sucessivamente a capital do Reino da Prússia, do Império Alemão, da República Weimar e do Terceiro Reich. Isto faz com esta seja uma cidade cheia de história e um verdadeiro museu a céu aberto. 
É uma maravilhosa. Quantos lugares impressionates e históricos para se conhecer. Mas o primeiro lugar que tínhamos que “conhecer”, ou realmente precisávamos ir era o Consulado Ucrâniano. Portanto, já na segunda-feira a nossa amiga Margarete nos acompanhou até o consulado. Depois de apresentarmos os documentos e pagarmos a taxa relativa ao visto, o cônsul nos disse que levaria uma semana para o documento ficar pronto. Por isso, durante uma semana estaríamos em Berlim, “sem lenço e sem documento”, ou seja, sem os nossos passaportes.
Uma paradinha em frente ao parlamento.
Samuel, meu filho, com a Catedral e a Torre de Berlim ao fundo.
O primeiro palácio que visitamos.

Que cidade incrível é Berlin. É uma cidade com muita história e mais de 200 museus. Para todo o lado que se vai tem algo lindo para se visitar. Na verdade, existem lugares em que a cidade é o próprio museu, pois quantos prédios, ruas e lugares fazem parte da história. Visitamos lindos palácios com seus maravilhosos jardins. Passeamos de barco, de ônibus, de trem e de bonde. 
Samuel, Jonatan e Priscila viajando de trem.

Mas deixe-me destacar alguns lugares que visitamos.
Um desses lugares foi o antigo muro que dividia a cidade entre dois povos. Após a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi dividida; Berlim Oriental se tornou a capital da Alemanha Oriental, enquanto Berlim Ocidental, se tornou um exclave da Alemanha Ocidental, cercada pelo muro de Berlim, entre os anos de 1961 até 1989.
Diante do pedaço do muro que resta. Um lugar para visitar.

Samuel olha foto colocada no muro onde mostra como era antes e como é hoje.

Local onde antes passava o muro com um pedaço do muro de pé. No chão a marca por onde a alemanha era dividida por esse muro. Priscila está de um lado e Samuel do outro.

Pintura no muro marcando a data em que ele foi derrubado, 1989.

Um muro, que durante muitos anos foi símbolo de prisão para os que queriam ter liberdade de ir e vir. Um muro que começou a ser erigido em 1961 e só foi derrubado em 1989. Quantos morreram tentando fugir para a Alemanha livre. Ainda me lembro em 1989 quando assistimos o início da derrubada do muro em nossa casa em Curitiba.


Visitando Um Campo de Concentração
Entrada do campo de concentração

Outro lugar, muito triste de se visitar, foi um campo de concentração. Vimos o lugar onde milhares de pessoas perderam suas vidas por fuzilamento. E o lugar onde os corpos eram incinerados, muitos ainda vivos. Esse não foi um lugar agradável para se visitar, mas infelizmente faz parte da história desse mundo tão mal.
Samuel olha foto de como foram encontrados os prisioneiros.

Jonatan olhando de dentro do campo para fora. Impossível fugir.

Local para fuzilamento.

Fornos onde eram queimados corpos e pessoas vivas.

Wittemberg
Jonatan, Priscila, Samuel e Margarete em Wittemberg

Mas tive o privilégio de visitar alguns lugares que para mim foi um presente de Deus. Um deles foi a cidade de Wittemberg. Um lugar histórico pois aí viveu Martinho Lutero.
É uma cidade pequena, mas muito simpática, onde vivem ciquenta mil pessoas. A cidade guarda uma importância histórica religiosa pois aí foi um dos cenários da Reforma Protestante.
Foi na porta da Igreja do Castelo de Wittemberg que Martinho Lutero pregou suas 95 teses.
Para mim foi um privilégio Conhecer o museu de Lutero. Visitar sua antiga casa. Visitar as igrejas de sua época e onde ele pregou. Olhar para a Universidade onde ele lecionou. Um lugar para se meditar.
Coluna onde Lutero diz que foi inspirado pelo Espírito Santo.

Sala da casa de Lutero.
Hino Castelo Forte, composto por Lutero e que está no museu de Lutero.

Próximo a Universidade de Wittemberg onde Lutero Lecionou.

Priscila e torre da igreja onde estão as 95 teses e Lutero.
Priscila e Samuel na simpática cidade de Witemberg.

Túmulo de Lutero dentro da igreja.

Lutero e Jonatan

Voltando para Berlim de trem

Pergamon Museum
Priscila e Samuel em frente ao museu

Um deles foi o Museu de Pérgamo ou Pergamon Museum. Logo na entrada do museu se pode admirar o magnífico Altar de Pérgamo,  uma estrutura dedicada a Zeus, originalmente construída no século II a.C. na cidade grega de Pérgamo (atual Bergama, na Turquia).
Aqui estou eu em frente ao grande templo de Pérgamo.

A construção, que sofrera muito com o tempo e estava destruída, foi escavada, no final do século XIX, em seu sítio original, e suas partes enviadas para a Alemanha por uma expedição arqueológica liderada por Carl Humann. O altar foi então abrigado no Museu Pergamon em Berlim.
Priscila dentro do Museu
Priscila e Jonatan junto ao portal de Ishtar

Nesse museu há coisas maravilhosas para se conhecer, mas conhecer as peças que vieram da Babilônia foi a realização de um sonho. Claro que o que mais chamou a atenção foi a Porta de Ishtar. Este foi o oitavo portal da cidade mesopotâmica da Babilônia, construída por volta de 575 a.C. por ordem do rei Nabucodonosor II no lado norte da cidade.
Portal de Ishtar
Já imaginou estar ao lado de uma construção erigida na época de Nabucodonozor?
 Andar olhando para coisas que o profeta Daniel viu? 
Jonatan na grande avenida que seguia a entrada do Portal Ishtar
Realmente foi um grande privilégio que Deus nos deu.
Vista interna do corredor com os muros babilônicos.

Portal de Ishtar.

Eu e Priscila ouvindo a história através dos fones de ouvido providos pelo museu.
Dedicado à deusa babilônica Ishtar, o portal foi construído em fileiras de azulejos azuis brilhantes mesclados com faixas de baixo-relevo ilustrando sirrushs (dragões) e auroques.
O teto e as portas foram feitos em cedro, de acordo com a placa dedicatória. Através do portal corria o caminho procissional lineado por paredes cobertas por leões em tijolos envidraçados (aproximadamente 120 deles).
Estátuas de divindades eram conduzidas através do portal durante as procissões uma vez por ano durante a celebração do Ano Novo.
Originalmente o portal foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, sendo substituído pelo Farol de Alexandria algumas centenas de ano a frente.
A reconstrução da Porta de Ishtar e da via procissional foi feita no Museu do Antigo Oriente Próximo, uma seção do Museu Pergamon em Berlim, utilizando o material escavado por Robert Koldewey, tendo sido finalizada em 1930. Inclui também a placa de inscrição. Possui uma altura de 14 metros e extensão de 30 metros. A escavação se deu entre 1902-1914, durante esse tempo foram descobertos 15 metros até a fundação do portal.
Estar olhando o que Daniel olhou em sua época foi um privilégio para nós. Foram momentos inesquecíveis.
E isso era apenas parte do que havia no museu, havia muita, mas muita coisa mesmo pra se ver.
Neues Museum

Outro museu que visitamos foi o Neues Museum (em português: "Novo Museu"). Esse museu está localizado ao norte do Altes Museum (Museu Antigo) na Ilha dos Museus.
Foi construído entre 1843 e 1855 de acordo com os planos de Friedrich August Stüler, um aluno de Karl Friedrich Schinkel. O museu foi fechado no início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, e foi severamente danificado durante o bombardeio de Berlim. Ainda hoje pode-se ver marcas de balas em muitas paredes e colunas desse museu e em vários prédios nas redondezas. Marcas de um tempo muito difícil para o povo alemão.
Vista interna do Museu
Como voltar ao antigo Egito
Priscila e Samuel voltando no tempo.

A exposição inclui coleções sobre o Antigo EgitoPré-História e história recente. Dentre os artefatos que o museu abriga está o busto da rainha egípcia Nefertiti que está em uma sala especial só para ela. As pessoas param e ficam admirando a estátua dessa linda mulher.
Nerfetiti
Mas o que eu mais queria encontrar era uma estátua que eu sabia que estava lá. Era a estátua da rainha Hatshepsut. Uma rainha que nasceu em Tebas. Era a filha mais velha do rei Tutmés I (Tutmósis I) e da rainha Ahmose. Essa rainha governou o Egito. Mas, na verdade eu queria ver uma estátua em especial. Era uma “estátua cubo” (estátuas nas quais apenas a cabeça emerge de um bloco de pedra) onde ela aparece com um menininho.

No museu e em outras pesquisas é nos dito que esse menino é Senemut, um oficial do exército de origem modesta, é por vezes visto como mordomo de Hatchepsut.
Mas, muitos crêem que esse menino seja na verdade o pequeno Moisés da Bíblia. Afinal de contas, Hatshepsut não teve filhos e o menino que aparece nas quatro estátuas cubos conhecidas dela, e que estão espalhadas por alguns museus no mundo,  têm em sua cabeça o símbolo real. Portanto esse provavelmente seria um filho de criação que no futuro seria o faraó. Isso não aconteceu, pois Senemut desaparece na história. Mas se ele foi realmente o Moisés da Bíblia ele ressurgiria na história novamente 40 anos depois como líder do povo de Deus.
Jonatan ao lado da estátua do provável pequeno Moisés
Priscila e o pequeno Moisés.
Samuel e o Pequeno Moisés

Foi com emoção que eu me encontrei com o pequeno Moisés e pude fotografá-lo e ser fotografado ao seu lado. Desejo muito poder me encontrar com o Moisés de novo, mas não o da estátua, mas o Moisés que hoje se encontra no céu.

Semana de Oração em Berlim
Igreja Adventista em Berlim e cartaz anunciando a Semana de Oração.



Outro privilégio que tive foi estar com os irmãos brasileiros de Berlin durante esse período. Realizei ali com eles uma semana de oração. Pude pregar a cada noite sobre a breve volta de Jesus e a necessidade de nos prepararmos para esse encontro.
Todos os dias, dedicávamos algumas horas para passearmos por Berlim e arredores e à tardinha voltávamos para o local onde estávamos para as reuniões da noite.
Todas pessoas que estiveram conosco eram muito amáveis e na sexta-feira, uma dessas amigas nos levou para conhecer um palácio em especial que está próximo a Berlim: o Sans Soucci. Realmente um lindo palácio. Desta vez só pudemos conhecê-lo por fora, pois tínhamos que voltar para a reunião da noite. Mas valeu à pena. Foi ótimo. Obrigado a todos vocês que fizeram a nossa estada em Berlim ser inesquecível.

No sábado encerramos com uma linda Santa Ceia.
E na despedida teve um toque de emoção. Sentiremos saudades de todos.



Sentindo a mão de Deus
Infelizmente, tudo o que é bom chega ao fim (pelo menos aqui na terra), e chegou a hora de irmos embora.Mas como queríamos aproveitar o máximo ainda ficamos na casa de alguns novos amigos e saímos já meio atrazados para o aeroporto.
Um táxi veio nos buscar e rapidamente chegamos ao aeroporto que não era tão distante assim.
Eu havia pesado as malas e me certifiquei que cada uma delas tivesse no máximo 23 kg pois eu estava certo de que esse era o peso máximo que a companhia aérea permitia.
Qual não foi minha surpresa quando ao fazer check-in ver que eu tinha 10 kg extras. Teria que pagar cerca de € 20 por kilo, ou seja € 200. Era muito dinheiro.
Tentei argumentar e pedir, mas não havia acordo.
Me arrependi de não ter comprado uma pequena mala durante essa semana. Nós havíamos falado sobre isso, mas eu realmente não acreditava que estaríamos com peso extra.
Pedi então para tirar alguma coisa das malas e levar em cima conosco como bagagem de mão. A moça pediu para pesar nossa bagagem de mão. E depois de certificar que não tínhamos muita coisa, permitiu.
Na verdade eu mostrei a ela apenas as três principais bagagens de mão, mas cada um de nós tínhamos 2 bagagens de mão, uma pasta ou mochila e uma sacola.
Fui para um lado do balcão e comecei a retirar algumas coisas das malas. Pensei em colocar alguma coisa dentro das sacolas que carregávamos, mas quase não cabia nada. Onde eu poderia colocar o que estava sendo retirado das malas?
De repente, apareceu não sei de onde, uma pequena mochila de plástico. Ela estava vazia. Olhamos para os lados. Não tinha dono.
Eu sinceramente, não tinha visto aquela mochila antes e também não vi ninguém colocando a mochila ali. Creio que um anjo a deixou ali para nós. Colocamos o que pudemos nessa pequena mochila.
Mas ainda tinha 5 kg extras e portanto eu teria que pagar € 100 euros.
A moça me indicou o lugar onde eu deveria pagar: terminal 2. Caminhei para lá e no caminho fiquei imaginando se Deus não gostaria de nos dar aqueles € 100 euros. Afinal de contas, Ele já havia providenciado a mochila de plástico. Como o terminal 2 era longe, havia muito tempo para pensar. Era quase do outro lado do aeroporto. Passei pelo 4, pelo 3 e agora... um policial me parou.
Aquela área do aeroporto estava fechada. Parece que havia uma ameaça de bomba ou coisa parecida. O fato era de que ninguém entrava para aquele lado, só policiais.
Perguntei para ele que horas aquela parte do aeroporto seria aberta, mas ele respondeu que não entendia inglês.
Tentei ir pelo lado de fora, mas do lado de fora também estava cheio de policiais e um cordão que isolava todo o terminal.
Tentei perguntar para outro policial e ele me indicou no relógio que o terminal 2 seria novamente aberto dentro de aproximadamente 1 hora.
Voltei para o balcão da minha companhia aérea em busca de instruções do que deveria fazer. Mas, dentro do meu coração, comecei a alimentar o pensamento de que realmente Deus queria me dar aqueles € 100 euros. Ele já havia providenciado uma mochila e fazer com que o terminal não abrisse seria apenas mais um de seus milagres.
E foi o que aconteceu. O Terminal 2 não abriu e eu não precisei pagar o quilos extras.
Deus faz algumas coisas que são impressionantes pois eu não merecia nada disso. Deus é bom demais.
Embora tivemos chuva pesada em várias partes da Europa, e nós podíamos ver as nuvens ao nosso redor, chegamos bem em Kiev, a capital da Ucrânia.
E agora eu estava diante do policial da alfândega que examinava o meu visto quando o Pr. Daniel Reband, meu chefe na Divisão Euro Asiática chamou-me no celular. Ele disse:
“Hello!”
E eu estava tão distraído e feliz por ter chegado bem que respondi:
“Oi pastor. Como está? Tudo bem? Eu estou aqui em frente ao policial da alfândega e lhe ligo de volta daqui há pouquinho. Está bem?”
O pastor apenas respondeu:
“Ahnnn? Ok.
Atrás de mim, o Samuel e a Priscila riam muito e por um momento não entendi qual era a graça.
A graça é que eu falei tudo isso em português e o obviamente o Pr. Daniel não fala nada de português.
Depois de passar pela alfândega liguei de novo para ele e desta vez falei em inglês. Pedi desculpas por atendê-lo em português e sem me dar contas de que eu estava falando em minha língua.
Talvez foi porque tivemos 15 dias em Berlin, uma cidade onde se fala alemão, mas eu estava entre meus irmãos brasileiros e pude falar a minha língua à vontade.
Chegamos em casa já era madrugada da segunda-feira. Agora tínhamos visto válido para mais um ano na Ucrânia. O que será que Deus tem reservado para nós aqui nesse lugar? Essa parte da história ainda está por ser escrita.