domingo, 4 de abril de 2010

FINAL EMPOLGANTE NA MOLDOVA

Apresentadores do programa em roupas típicas da Moldova

Finalmente chegou o último sábado das conferências do Pr. Kulakov em Chisinau. Logo de manhã fomos para a igreja, pois teríamos batismos na igreja. Na verdade a história do batismo já sabíamos mesmo antes de iniciar as conferências, mas o problema era onde seria o batismo?
Naquela semana fomos a uma grande piscina para vermos se era possível termos o batismo ali. Olhamos o local, que tinha uma boa piscina, mas em volta não era um lugar bonito. Havia muitas pessoas treinando ali. Mas o problema não era apenas o lugar, mas o clima. Estava previsto neve para aquele sábado e como batizar 140 pessoas rapidamente sem que os 16 pastores e as próprias pessoas não ficassem doentes por conta do frio?
Num primeiro momento os pastores disseram que havia problema, eles estavam acostumados. Mas quando se faz a conta de tempo que se leva para entrar 16 pessoas por uma pequena escada e o tempo para as 16 sairem pelo outro lado, o tempo é bastante grande. Chegamos à conclusão que os pastores ficariam cerca de ½ hora na água gelada.
Uma frase que eu ouvi, acho que não me esquecerei mais. Enquanto estávamos falando sobre o clima e o batismo, um dos pastores disse:
“Pena que teremos -5 ou menos no sábado. Se fosse 0 não teria problema. Tudo estaria resolvido, porque com uma temperatura mais quente todos agüentam.”
Zero, aqui era considerado uma temperatura mais quente. Não pude deixar de rir por dentro. Imaginei "0 grau no Rio de Janeiro ou Salvador, seria decretado estado de emergência" (rsrs).


Felizmente foi comprada uma piscina onde 6 pastores poderiam batizar ao mesmo tempo, isso agilizaria os batismos. E também foi decidido um número menor de batismos ali, os demais seriam em outras igrejas. Naquele sábado, apenas na Moldova, cerca de 300 pessoas seriam batizadas. Só uma união da Rússia teríamos 700 batismos naquele sábado.
Presenciei uma cena que nunca havia presenciado. É verdade que em minha vida de profissional da imagem já filmei centenas de batismos, e me lembro especialmente de um em São Luís onde os pastores batizavam dois adolescentes ao mesmo tempo. Mas agora eu veria o batismo de 2 casais. Esposo e esposa sendo batizados ao mesmo tempo pelo mesmo pastor.
Ele tinha a técnica de colocar o esposo sobre o seu braço e a esposa à frente do esposo. Assim quando o esposo era mergulhado a esposa também era como se estivesse deitada sobre o esposo.
Vocês podem imaginar as cenas emocionantes que eu vi. Coloquei um filmezinho onde aparece um pouco da cidade de Chisinau e o batismo do último dia.
Também presenciei o batismo de 3 irmãos ao mesmo tempo. Um pastor ficava em uma extremidade, e no centro os 3 de braços dados. Na outra extremidade outro pastor. Assim todos os três eram batizados ao mesmo tempo pelos 3 pastores. Não sei como é colocado no certificado de batismo, nesse caso, pois o do meio não está seguro pelo ombro aos dois pastores. Qual dos dois é considerado o pastor que batizou?
Naquela noite tivemos a última conferência dessa série. E recebemos fotos e pequenos trechos de vídeo dos batismos que haviam sido realizados naquele sábado de manhã. Compartilho com vocês algumas dessas fotos.
Batismo em uma da Igrejas na Moldova


Batismo em Stavropol (sudoeste da Rússia)


Batismo em Tiblisi - Georgia


Batizandos do Cazaquistão


Volgodonsk, Rússia

Batismo no Kirguistão


Em pelo menos em um lugar, o batismo teve que ser no gelo mesmo. Mas note na foto a aparência de tranqüilidade do pastor e de sua batizanda.

Batismo no lago gelado, Rússia


Depois de terminada a conferência da noite, e ter comido minhas batatas, tomado a sopa e o chá, fomos embalar o equipamento que seria levado no outro dia de volta, no mesmo esquema da vinda.
Tudo foi embalado, perto de 1 da manhã já estava em nosso alojamento. No outro dia, terminamos o que faltava e perto de 15 horas saímos em direção a Ucrânia.
Duas horas antes um furgão levou o equipamento que seria deixado na igreja no lado de cá da fronteira. Os mesmos irmãos que levaram da outra vez deveriam fazer o trabalho de “formiguinha” e ir levando um a um para o outro lado.
A estrada tinha muitos buracos no asfalto, o que fazia com que a viagem não fosse tão rápida. Os caminhos mais curtos eram os mais esburacados, por isso tivemos que usar os caminhos mais longos.
Agora, viajando de dia eu podia ver um pouco mais desse país. Um país pobre, mas bonito. Muita agricultura. Claro que nesse período de inverno tudo estava parado, mas era possível ver as terras e o trabalho que devia ser desenvolvido.
Também é um país à moda antiga. Encontramos muitas carroças na estrada, e descobri que esse é um meio de transporte muito usado por aqui ainda em nossos dias.
Percebi que na frente das casas sempre tinham poços de água. Poços à moda antiga, com um balde e uma corrente ou corda que era decido dentro do poço e a retirada era feita manualmente. Muitos desses poços eram adornados e em vários deles tinha um grande crucifixo do lado. Talvez eles façam alguma associação da água com Jesus, a água da vida.
Perguntei ao Pr. Daniel se os poços ainda eram usados, e ele disse que sim. Eu veria depois, pessoas utilizando os poços e retirando água à moda antiga.
Percebi, que o costume de se ter uma latrina no fundo do quintal de cada casa ainda era comum aqui. Casas grandes e bonitas, mas lá no fundo, estava a casinha, a “privada”. Realmente era uma volta no tempo para mim.
Comecei a prestar atenção nas casas e nas janelas. Eram janelas grandes, com vidros enormes. Na verdade, casas vulneráveis para um ladrão mal intencionado. Perguntei ao pastor Daniel:
“Pastor, estou percebendo que essas casas têm muro baixo e as janelas são grandes e fáceis de abrir por fora. O povo daqui deve ser muito honesto, não é? E não deve ter ladrões de casas por aqui.”
Ele olhou admirado com minha pergunta, pois para ele, honestidade era algo natural, e respondeu: “Muito honestos e hospitaleiros. Quando visitamos as casas desses irmãos, eles sempre querem nos oferecer o melhor que têm.”
Parabéns ao povo desse pequeno e pobre país, mas com um caráter nobre, que realmente merece a nossa admiração.

Chegamos à fronteira e desta vez foi tudo muito rápido. Logo estávamos do lado da Ucrânia. Era perto de 7 da noite quando nos encontramos com os nossos irmãos. Um a um os equipamentos foram trazidos para o carro onde fomos colocando.
Depois oramos a Deus, ali mesmo, fora, no relento. Na primeira vez, a neve caía e a temperatura era por volta de -10, mas agora era mais agradável, algo em torno de 0. Como disse o pastor, mais quente.
Chegaria em casa quase duas da madrugada. Depois de um mês longe de casa, é muito bom ter um lugar para voltar. Mas melhor ainda é ter pessoas que estão nos esperando, minha esposa Priscila e o meu filho Samuel.

Todos ficaram agradecidos a Deus pelo trabalho na Moldova. Muitas orações de agradecimentos foram feitas. Também ficaram agradecidos pelo trabalho que cada obreiro realizou naquele lugar. Afinal de contas, ninguém realiza nada sozinho, mas com a ajuda do grupo e especialmente de Deus, as coisas vão bem tudo sai maravilhosamente bem.
Continuemos orando pelo trabalho nesse pequeno país, mas com pessoas maravilhosas.
Levarei para sempre na memória o tempo que passei na Moldova. Eles me deram um lindo presente. Mas, mesmo sem o presente eu não poderia esquecê-los.

Mas no presente estava escrito:
“Conferido a Jonatan Conceição com muito agradecimento e apreciação pela organização do programa via satélite “Os Mistérios do Reino de Deus”, que ocorreu do dia 5 a 13 de março de 2010 na cidade de Chisinau.
Respeitosamente
Moldova Union of Churches Administration (União da Igreja Adventista na Modova)



Jonatan Conceição e Pr. Peter Kulakov